sábado, 22 de dezembro de 2012

Feliz Natal!



É Natal!
Compramos perus brinquedos felicidades
arrumamos casa saúde coração
colocamos enfeites árvores solidariedade ( na janela)
colorimos alegria mesa cartão...
É Natal
e um pouco do que se foi retorna
a vinda da criança
indica um novo ciclo
uma nova porta
tudo novo como os outros anos
tudo velho jogado no pote da saudade
entre mitos e credos...
afinal tudo recomeça
e acendendo as velas
podemos recitar novos mitos
entorpecer novos sonhos
colocar um sorriso inocente
entre dias difíceis que chegarão
sem pedir licença.
É Natal!
A esperança que renasce
que brota em nossos peitos
apenas lembram o quanto é bom
sorrir e viver.
Feliz Natal!
E um ano novo repleto de novidades!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Chave





Você sempre teve a chave.
Nunca usou
nunca quis...
a porta é só a porta
cada vida
um momento de existir.

Deserto








Há um deserto de intenções
que deixam quixotescas nossas vidas.
Há um silêncio boreal
desconstruindo certezas
que cismam habitar o eu.
Imagens se acumulam
gelo e pó
cristais de desejos...
uma noite que permanece
com um sol aberto
em sorriso e alento.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Teu corpo



A nota do teu corpo
é sol maior
sonata inteira
seresta metade
jazz bebopiano
blues da distância
lamento eterno...
Canto rasgado
solo soprado
notas cambiantes
feitas
de açúcar sexo tesão....

Números...



Dias
horas
salários
multas
impostos
drogas
manicures
tabelas
menstruações
anagramas
sudokus
raios
retas
ângulos
trapézios
variadas
integrais
estáticas
atritos
ciclos
dias
horas
salários...

Imita-me


Imita-me
parodiando nosso tempo.
Mutila-me
no que é inútil
agora depois de tanto...
Engula-me beba-me...
pinte-me do seu jeito
da forma mais tosca
mais inocente
pro seu ser...

Versus



Eu versus você
sangue e leite
pulp ficcion
imaginação.
Trilha sonora
abotoa notas
nos olhos tensos
extrema paixão.

Sombra



Equilibrar
o sensível e mágico
ponto
levitar onde há
traços em barros
línguas em borros
poesia líquida
lânguida
fugidia
em calhas de versos
vertentes de um lirismo
perdido no tempo...

domingo, 11 de novembro de 2012

Te vejo


Vejo-te onde
só minha lembrança
sabe...
Um copo
Um passo
Um caderno azul
um frasco de perfume roubado...
uma necessidade eterna
de te amar...
amar sem culpa e medo.

Foi ontem



Foi ontem que  pintei o mar.
Foi ontem quando sereia
vieste em brisa
branca vela
trazendo sonhos maresias
abrolhos de lembranças
cartas em conchas
segredos em espumas
promessas em grãos -
finos finos
que não cabiam mais
em nossas mãos.

Cachos



Ainda me encontro
em teus cachos
espalhados em meus olhos
que tintam ver-te
amante bacante
ameixa boca
tonta silhueta...
Enquanto o silêncio
pinta a sua ausência
esconde meus destinos
em pastas
e potes de vidros...
penso o quanto de amor ainda guardo
para perto
tocar os cachos
que meus olhos se deixam levar.

A vida em gole


A vida em goles é festa.
A vida
que passa na fresta
das noites perdidas
sorrisos sem véu...
A vida tonta
escorregadia
a vida
metade em latas
garrafas
medidas...
a vida em transe
em troço
bagulho louco
horizontes sem norte...
a vida em dose
necrose
de felicidade
que fede...
é vida?

sábado, 29 de setembro de 2012

Sem sorte...



Agora sei os motivos
entendo o sete
rabiscado no vidro
tuas lágrimas escorridas no piso
a paixão espalhada na cama
as digitais sobre os dramas
a sorte partida
na geladeira...

Trapaça


Você ali dizendo amor
sem som ou notas.
Você abrindo a cor
do brinde beijo
trapaça mimética
da sua saudade
sem quilometragem
ou dor.

Jiló



Você assim jiló
espalhou em mim
um frevo passado
estiagem de agosto
imagens de rostos
estranhos em nós.

Corrupção



Quem se corrompe
esquece o preço
que se paga pela vida
esquece a fila das noites
consumidas na espera
do remédio que não vem
do médico que não tem
da escola que é refém
da verba sem dia ou data
da merenda sem gosto
cara e remediada...
sim quem se corrompe
pelo voto
pelo sorriso
pela vantagem...
mata alguém sem rosto
no silêncio das estatísticas
que rotulam entidade
governo
sem meio termo
sem meias vítimas.

Covardia nunca mais...



Aquela última
foi o início
do fim que começara
antes da última bofetada
antes do último cuspe...
sim ali começou
a partida
a porta fechada
a cara amarrada
pelas mãos marcadas.
Ali ficou o até breve
nas barras da lei
aqui ficou
um agora sei...
nada se faz sem lutar.

sábado, 22 de setembro de 2012

Fora



Nossa vida está assim
tomada em ventos
aflita em desertos
onde a beleza se refugou
em quiosques
fora do postal.

Crediário



Eu e você
detalhes
o céu em destaque
amor e seus saques
nos bancos da sofreguidão.

Novo



Agora resta virar
a página
a malícia
o tédio...
amar quer algo mais
não médio
ou média....
é o fim
tudo desligado
resfriado enfim....
agora é reinício
reestreia
sonhos na cabeceira
ansiedade em silêncio
a ocupar a sombra
a tomar a frente
das horas
é agora.
Sol sempre posto
lua sempre alerta
amores a postos
sangue requentnado emoções
purgatório de esperanças
é a paixão rebobinada
em votos
em santos
em mantras
em esperanças...

Fim de estação



O que há
aqui ou lá

odores e frutos
ondas a remar
cardápio
sussurro
ameixa deixa-a
no sol hibernar
sabor
delícia na boca
amar amora
fora
do tempo
que sussurra o vento
fim de estação.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Agora



Agora que notaste
a nota diferente.
Coloca minha vida na tua
tua rota no meu destino
desmonta esses descaminhos
consola teu horizonte
no meu sol.

Cura



Não tenho tempo pro mal
nem pra artimanhas de traíras.
Corpo fechado guardo
pra mentiras e mal olhados
que multiplicados
atrasam o relógio da vida
ressecam  o canteiro em feridas
deixam tudo represar
colecionam mal estar
abandonam a nota da cura
esquecem o que é alegria.
E olham pra gente
como se fôssemos diferentes
só por levarmos a vida avante
sem problemas os culpas.
Só por viver.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Você



Ainda sei da tua pele
lembro cada ladrilho
cada fresta de alma
cada abismo besta
cada soluço amargo
cada cheiro estonteante
cada pouco de você
que hidrata meu sentido
meu passado
armadilha de amor e paixão
nada que soe igual a ninguém.

cidades



A cidade abstrata
se contorce com seus passantes
se corrompe com seus andaimes
me estende braços
veias
sangue
borrascas.
A cidade com suas máscaras
põe seu rosto
pra levar tapas
e oferecer a outra face
a quem deseja nela se deitar e se esquecer.

Onde?



Onde estou no mundo?
Sem ser físico
ou metafísico...
Onde estou agora
que a velha assopra passado?
Onde os sons dissecam melodias
e o relógio não cansa de parar...
Onde me procuro?
Em qual mapa  me escondo
me deixo suspeito
Ponto perdido na multidão...
onde?

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Contradição 2



Esperas o impossível.
Esperas o mar se encher de chamas
Algum dia a piedade
bramir entre fogos
estouros divinos
o toque de Midas
outrora teu signo..
esperas a palavra muda
a vontade surda
o desejo parir saudade
a tua boca pedir beijo
teu corpo minha alma...
esperas...sabe-se lá se virá!

Contradição



Aonde vou
Não estás.
Onde deixo
lanças perguntas e mas...
Onde penso
emoções amassas
sem pena ou cordis...
Onde poemo
insistes em ritos e prosas
verdades em tom rosa...
Onde vejo montes
ergues pontes
distância e alheamento...
Entre lá e cá
estamos descompasso
erramos é fato.
Nada pode ser fiel
com tanta dissonância
com tanto erro...
Entre o ser e o ter
preferiste o último
deixou-me potes de insultos
verborragia sem Deus.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Desejo a vocês...



Desejo a vocês tempo:
saboreado lambido repartido...
Desejo  coragem:
em chuvas  sol tempestades...
Desejo lua:
nova louca loura vibrante...
Desejo sol:
cores calor estação...
Desejo encantamento:
sem dia sem hora sem momento - único.
Desejo paciência:
às vezes é necessário fenecer
pra nascer mais forte.
Desejo Vontade:
acertar não é acaso.
Desejo sorriso:
pra fazer valer o estar junto.
Desejo choro:
pra querer voltar o riso
e crescer mais forte com as lágrimas.
Desejo o belo :
nas pequenas coisas que justificam a vida.
Desejo o diário:
Amar eternamente é fácil - tá nos livros;
Difícil é amar todos os dias - rotina.

Alguma coisa



Alguma coisa falta
pra essa vida rodar
completar e ter sentido.
Alguma coisa sobra dos seus olhos
e não consigo catar poeira...
Alguma coisa precorre o vazio
desdobra-se no espaço
alenta meus olhos
mais nada...

Posso?



Ainda cedo retirei suas imagens
multiplicadas em incertezas
que não cabiam na minha existência.
Você aparecia em vulto
às vezes pecado
acordava sentimentos esquecidos
mandava mensagens tácitas....
Poderei viver carregando uma cópia
ou promessa de algo que nunca
nunca deveria ter vindo
ter me infectado
e me deixado sem cura?

Invasão



Ontem levantei novos horizontes
rasguei novas embalagnes
flautei paciência pelas praças
rondei o passado
e tive medo.
Vasculhei minhas frases
rascunhei novas possibilidades
encontrei teu sorriso em um pote
e a saudade invadiu a casa
a rua a praça...tomou conta do presente
fez interrogação do meu futuro
-pra sempre?

sábado, 28 de julho de 2012

Acordei



Hoje acordei sozinho
como todo início...
acordei com o sol
com as palavras interrompidas
com o silêncio que habita
minha casa
meu ser...
acordei num tempo
de pessoas sozinhas
de amizades rápidas
rasteiras...
sem tempo.

Ainda



Entre passos e sombras
pessoas e fantasmas
sol e asfalto
ainda espero
esbarrar em alguma imagem
em algum oi
sorriso
que lembre você.

Aí está...



Aí está minha vida
arrancada do seu pé
largada pelo caminho.
Amarelando e sumindo
no laboratório do tempo
no entrar e sair dos dias
na lentidão(?)
que esse viver impõe.

Amanhã...talvez.



Agora pouco faz sentido
talvez amanhã
quem sabe...
entenderei esse gesto
as pedras no caminho
os bondes sumidos
as pegadas levadas pela água.

Reticências



Estou a semear palavras
em lugares nunca dantes rasurados.
Estou levantando sopro
para o vento distante que varre minha lembrança.
Estou inventando motivos e risos
para caber no teu peito
e justificar presença.
Estou indo contra verdades
contra tudo que era presente
agora é página virada.
Não sei até onde há sentido
inventar tantos sonhos
rascunhar tantas esperanças...
O ponto final está longe de vir.
Reticências multiplicam-se no horizonte
somente.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Escrever


De alguma forma dizer
não guardar entre papéis da alma
debaixo de tapetes da consciência...
Não...falar de forma franca
aquilo que pode ser vergonha ou vitrine.
Sim dizer o que mais oprime alma
que corrompe silêncio
que invade outras vidas
e dá sobrevida.
Dizer o que outros queriam
mas não sabiam expressar.
Largar qualquer medo
em qualquer lata
luto ou tédio.
Vencer e recomeçar em cada palavra
cada combinação
que a imaginação traça
que o sentimento grita
que a razão organiza
que a vida dá sentido ao viver.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Amigos



Amigos sempre serão luz
seja na calçada
seja nos prédios
arranhando os céus
seja no horizonte do tempo.
Amigos são joias
raras e belas
são notas que se multiplicam na sensibilidade
que bem tocadas emocionam
inspiram e nos permitem sonhar.
Amigos estão onde a necessidade
e o improviso planejam
onde a vida peleja
no trabalho necessário
na rotina caseira .
Amigos são a nossa imagem e semelhança
são o projeto concreto
da abstração do sonho.
Amigos se não tê-los
como compreendê-los
parafraseando o poeta.
Obrigado!

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Borboletas no estômago


Estar amando é bom...
mas se não for correspondido
fica difícil
conter a delação.
Borboletas voando em bando
é um sinal de impaciência
algo em floração.
Calar a primavera
que chega a cada dia
em hora nova
sem programação...
é sinal que o amor
achou caminho
vive chamando perdão.
Mas coração bate aflito
a cada dia sem notícias
e por ofuscar fantasia...
rumina na barriga
espirra no peito
arromba desespero...
enfim é coração batendo
foguete ardendo no céu
procurando direção
na nostalgia que não bate
no presente
mas se oferece pro futuro
em grãos.

Que tal?



Que tal marcação cerrada?
olho no olho
catar palavra por palavra
jogar todas as cartas
mas guardar o naipe maior...
soprar marcas
mordidas e salivas
batons e fumaças
guardar o soluço
nódoas e vagas
o silêncio pecadilho
que só cara a cara
boca a boca
pode-se soletrar.

Próximo passo


O próximo passo
pode levar a um mundo novo
ou ser figurinha repetida.
Mas não importa a medida
cada passo deve ser dado
sem pressa
para não ver o futuro
abrir ferida
pra não salgar
promissor sentimento.

Acaso


Não te quero cópia
de um passado vivido
de um momento instante
cena de filme
página de livro.
Quero- te verdade
defeitos e provas
além palavras
algo vida nova.
Quero-te pão
vinho e prazer
momentos de dor
orgia de sentidos
momentos de lazer...
Quero-te no orgasmo
no marasmo
na maresia
na poesia
do encanto que sinto
ao estar contigo aqui
ali acolá...
Não por acaso
desejo -te
amar conjugar copular
sei lá.

Breve



Busco o breve
que leve
minha mágoa
pra longe
onde minha dor valha
mais que uma dose
ou mero corte
de navalha.

Gosto do não



Pensar no perdido
é deixar dolorido
o velho coração.
É sorrir mofado
passar dias passados
com a corda na mão.
É mentir pra si mesmo
que aquele amor ido
era o permitido
pelo destino
anos sãos.
É perder o convívio
o sabor sem sentido
experimentar o gosto do não.

Pessoas?



A maior riqueza gajo
ainda perpassa pelas fronteiras
que desafiam o tempo.
Palavras heterônimas
de personalidades voláteis
que rasgam a humana existência.
Não sei se falo Fernando
Ricardo ou Alberto
agora apenas lembro
um verso que driblava a obviedade
um ritmo que levantava o espírito
uma métrica que desafiava o verso.
Quem sabe a duração da tua obra
quem sabe?
Apenas restam a admiração
e a coragem de levar porradas
do tempo e da vida
e aprender a permanecer em pé.
Em pé e caminhando
pra frente....sempre!

resposta



Sim,podemos beber vinhos e vidas
colecionar momentos e reviver proezas.
Podemos colecionar lembranças
 silenciar dores incômodas
com analgésicos alienantes.
Sim,podemos reaproximar pontos e pontas
atar o que ficou aberto...
Sim podemos mudar valores
reavaliar metas...
Podemos tanto e nos contentamos com pouco
amigos podem
amigos pedem
em silêncio.
Podemos andar sem volta
sem guardar revoltas.
Podemos, amiga,
minha cara
podemos sempre marcar um encontro com a vida
e viver.

Um brinde,amiga!


"Dias assim ...

Em dias nublados eu fico com vontade de abraçar.
Em dias de chuva sinto vontade de me acomodar gostoso na cozinha em volta do fogão com a família, comer pinhão, tomar chimarrão.
Em dias sem graça eu sinto vontade daquelas longas conversas com os preciosos amigos.
Em dias de frio eu sinto falta do calor gostoso do abraço daqueles que amo.
E nos dias bons!?!?
Ah! Eu continuo com vontade disso tudo!

Eu sinto falta de tudo o que é gostoso.
Sinto falta da bondade, do amor, da sinceridade, do carinho e da simplicidade.
Do riso, da graça, da meiguice da criança, da história do vô e da vó, do tempo em que pular numa poça de barro era bacana e subir no topo da árvore era o máximo!

Eu sinto saudade. E a saudade não é ruim, só sinto saudade daquilo que me faz bem.

Então...
Se fosse perto eu estaria aí pra te dar um abraço.
Se não fosse pelo trabalho eu estaria aí tomando um café contigo e trocando umas idéias.
Se não fosse pela impossibilidade de voltar no tempo, eu voltaria na história pra reviver aqueles grandes momentos que você conhece.

E foi por isso que eu parei tudo e escrevi.
Escrevo para que meus amigos saibam o quanto me fazem falta.
Escrevo para que meus amigos saibam o quanto são importantes.
E depois que você ler isso, você vai dar um sorriso gostoso e sentir um calorzinho bom pra aquecer este dia frio!

Aos amigos um brinde pelos dias que se foram e pelos que virão!
Colecione vinhos ruins, porque os bons bebemos com os amigos."
Que tal um vinho qualquer dia destes ???
                   Simone Darrel

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Rita



Ainda um dia
subirei ao lado
levitando a prece
ensinada pela serenidade
de ser Rita
Lee não jeans
mas rock Jones.

Tropicália



Onde está o centro?
Do bloco ruminante
que soletra tamborim
que bebe bacantes.
Onde está o enredo
o semi certo concerto
bromélias e brotos
soluços e arrotos
das jovens meretrizes?
Onde ainda proibimos
o autoritarismo dissimulado
que aparece pintado
em liberdade de província?
Onde está a guitarra
o deboche de Rita
a bananeira de Torquato
o chá sem tradição
o mundo e a outra visão
que desbundou
debandou murchou
e não venceu.