sábado, 29 de setembro de 2012

Sem sorte...



Agora sei os motivos
entendo o sete
rabiscado no vidro
tuas lágrimas escorridas no piso
a paixão espalhada na cama
as digitais sobre os dramas
a sorte partida
na geladeira...

Trapaça


Você ali dizendo amor
sem som ou notas.
Você abrindo a cor
do brinde beijo
trapaça mimética
da sua saudade
sem quilometragem
ou dor.

Jiló



Você assim jiló
espalhou em mim
um frevo passado
estiagem de agosto
imagens de rostos
estranhos em nós.

Corrupção



Quem se corrompe
esquece o preço
que se paga pela vida
esquece a fila das noites
consumidas na espera
do remédio que não vem
do médico que não tem
da escola que é refém
da verba sem dia ou data
da merenda sem gosto
cara e remediada...
sim quem se corrompe
pelo voto
pelo sorriso
pela vantagem...
mata alguém sem rosto
no silêncio das estatísticas
que rotulam entidade
governo
sem meio termo
sem meias vítimas.

Covardia nunca mais...



Aquela última
foi o início
do fim que começara
antes da última bofetada
antes do último cuspe...
sim ali começou
a partida
a porta fechada
a cara amarrada
pelas mãos marcadas.
Ali ficou o até breve
nas barras da lei
aqui ficou
um agora sei...
nada se faz sem lutar.

sábado, 22 de setembro de 2012

Fora



Nossa vida está assim
tomada em ventos
aflita em desertos
onde a beleza se refugou
em quiosques
fora do postal.

Crediário



Eu e você
detalhes
o céu em destaque
amor e seus saques
nos bancos da sofreguidão.

Novo



Agora resta virar
a página
a malícia
o tédio...
amar quer algo mais
não médio
ou média....
é o fim
tudo desligado
resfriado enfim....
agora é reinício
reestreia
sonhos na cabeceira
ansiedade em silêncio
a ocupar a sombra
a tomar a frente
das horas
é agora.
Sol sempre posto
lua sempre alerta
amores a postos
sangue requentnado emoções
purgatório de esperanças
é a paixão rebobinada
em votos
em santos
em mantras
em esperanças...

Fim de estação



O que há
aqui ou lá

odores e frutos
ondas a remar
cardápio
sussurro
ameixa deixa-a
no sol hibernar
sabor
delícia na boca
amar amora
fora
do tempo
que sussurra o vento
fim de estação.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Agora



Agora que notaste
a nota diferente.
Coloca minha vida na tua
tua rota no meu destino
desmonta esses descaminhos
consola teu horizonte
no meu sol.

Cura



Não tenho tempo pro mal
nem pra artimanhas de traíras.
Corpo fechado guardo
pra mentiras e mal olhados
que multiplicados
atrasam o relógio da vida
ressecam  o canteiro em feridas
deixam tudo represar
colecionam mal estar
abandonam a nota da cura
esquecem o que é alegria.
E olham pra gente
como se fôssemos diferentes
só por levarmos a vida avante
sem problemas os culpas.
Só por viver.