sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

É Natal!


Desejo que o Nascimento não seja em vão.

Desejo que preenchamos os vãos

Que o cotidiano tem deixado.

Que venhamos tomar o gosto pela vida

E agradecer o divino de estar vivo.

Desejo que você em família se reencontre

Se reencante e possa ser feliz

Acima de tudo.

Feliz Natal e Um Ano novo próspero.

Monteiro e família.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Vinho



O vinho é meu cúmplice
amnésia sem data
corruptor de desejos
aliciador de divas
ninfas e joias raras.
Só o vinho sabe
o que minha outra cara
canta chora e exalta
nas horas de torpor
e ressentimentos.

Queima



Alguma coisa está acabando
sinto isso
no fósforo que queima
na fagulha do sol
na boca que se fecha
na minha insustentável
besteira de te amar.

Surdina



Há dores tão refinadas
que não passam pelo corpo
ignoram a carne
latejam na surdina
naquele cantinho que a existência
nem  lembra  existir.

Cansado



Deixei meu coração na porta...
alguém o ouviu bater?
Alguém sentiu tremer
toda uma vida
em compassos cambaleantes
um solitário cavaleiro andante
cansado de lutar...e perder?

Te esperava



Assim te esperava
toda noite
vestida de sonho
ungida de desejo
tomada de loucuras
e ...dizendo palavras
silêncios
que só nossos ouvidos entenderiam...

Guardados



Não sei onde guardar
meus sentimentos mofados.
Não sei se devo dar nome
colar etiquetas
dizendo ano série promessa...
Não sei se escondo
e mando calar a boca.
Não sei se radicalizo
e jogo tudo fora.
O que não posso
é ficar toda hora
pensando se abro
ou se fecho
se penso
ou se deliro
se me firo
ou me curo de vez.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Mãos



Mãos inocentes
um dia assassina?
Mãos vivas
um dia doentes?
Mãos da vida
um dia a morte?
Mão pequenas
um dia homens?

Pecado



Não me olhe assim
que o pecado mora aí
e se pecar
não me responsabilizo
pelo que teu olhar
- e o corpo?-
convidam.

Vamos...



Vamos correr  perigo?
Vamos explorar o habitável
xingar torcidas
falar verdades
ignorar estupidezes
plantar no vazio
saltar do inferno
consagrar sogras
desafiar anões
nos jogar no sonho...

Horizontes



Estou em aberto
esperando teus braços
estenderem as mãos
que me salvarão do descaso.
Estou à deriva
da razão
insisto olhar pra ti
ver horizontes
onde apenas cabem
naufrágios e solidão.

Sombras


Sinto que nossos passos
trapaceiam
Sinto que teu passo
ruboriza
Sinto meu passo
titubear
Sinto
que estamos longe
e não buscamos alternativas
pra nossa prosa.

vela



A luz vela
meu desejo.
Lágrima soluça sombra
sombra se espalha em manha
manha de ter seu braço junto ao sol
sol que vence escuro
dos seus lábios fechados
fechados na abertura em que cabe nosso olhar.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Não



Não.Tantas vezes ouço
tantas vezes vivo.
Às vezes penso ser ardiloso
dizer tão sem sentido
dizer por dizer
e apertar o botão
rasgar uma obviedade
traçar uma meta sem ponto...
Não posso mais te amar.
Não posso te deixar mais aqui.
Não sei mais o que sou.
Não quero assumir compromisso
ou relação...
Não quero viver nesse lixo.
Não quero ouvir mais aquelas palavras.
Não,não,não...
Não posso mais negar o amor
que todo dia ouso mentir
e anular.

Tédio e seus remédios



O tédio me abre as portas
e invade o pátio
repleto de vazios e pegadas
espelhos e camadas
que minha ciência
não é cônscia.
E por mais que beba
grite fume pule mate...
todo sonho beija a realidade
dá os braços aos fatos
exorciza os delinquentes
namora o mesmo sempre igual.
O remédio para tanta pasmaceira
para tanto dogma
que mata e sufoca
talvez seja
viver sem olhos
amar sem palavras
entregar-se ao inevitável
ao improvável
ao desmensurado...
tá disposto?

Há vida

Há vida onde
há palor e desespero
onde se coloca o limite
e se vê o horizonte.
Há vida entre tantos atritos
na derradeira desconfiança
na falta de amor próprio
que insistem vender em revistas.
Há vida e celebramos
a vontade de pegar a toalha
fechar a janela dos hipócritas
e começar o dia a massa  o tempero...
tudo de novo.
a renovação