terça-feira, 29 de novembro de 2011
Sorriso enferrujado
Tira essa marra
desamarra essa vergonha
deixa de pose
desce do trono
toma vergonha
assume a modéstia
abraça o próximo
adota uma criança
aprende a sorrir...
Laços...
Laços se fazem assim...
cercados de cuidado
amarrados com capricho
selados com o compromisso
de levar a verdadeira amizade
pra eternidade...
Amiga
Amiga
encontro teu sorriso novo.
Parece que foi ontem
papo na cafeteria
projetos al mare
madrugadas regadas de promessas
desencontros marcados pela pressa.
Estamos vivendo
da melhor forma
somos ombros para apoio
mãos para guiar
e tomar as rédeas.
Apesar dos contras
dos destemperos
continuamos compartilhando vidas
e cada página virada
devolve a certeza
de que nossos caminhos
se cruzarão
para ajudar o outro a se levantar.
Tenho certeza!
Nina
Nina é tudo.
É canto negro
canto da mulher marcada
legado da África
do choro escondido
nos rolos de algodão.
Canta Nina
o que o mundo imagina
ser possível
e real.
Decalque
Somos assim
luz e sombra
silêncio e palavra
verdade e culpa...
deixamos entre sobras
escombros de aparências
que multiplicam mentiras
lançadas à luz
anunciando um futuro
indiferente a nossas vidas.
É preciso
Precisamos de valores!
proclamam os religiosos
declaram os inocentes...
É necessário reerguer a vida
deletar feridas
compor novos ritos
calar indiferenças.
É preciso achar um novo ritmo
de progresso e humanidade.
É preciso educar
sarar morar futurizar...
Entre tantas necessidades
precisamos achar
a esperança humana.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Mona e lisa
Um dia teu sorriso entenderei.
Saberei se é charme
se é detalhe
se é abnegação...
Poderei abrir as portas
da minha ignorância
calar minha incompreensão
e então te amar
não mais musa
nem erudita
mais apenas uma
mona e lisa.
Sorriso
A ginástica do sorriso
talvez seja preciso
para renovar o siso
de quem tornou a vida um risco
algo inexato
impreciso
impávido
indeciso.
Na calçada em Copa
Na sinuosidade da calçada
encontrei teu sorriso
o bailado do corpo
que chamava o pecado
anunciava tormentos
deixava nuvens de contentamento
luxúria...
Você deslizava
encantava o sol
arrastava olhares...
sabendo que o mundo
se punha a seus pés
você deslizava
e levava meus pecados
todos
na palma da mão...
Um dia na Tijuca
De uma floresta
aos pés um dia jurei amor.
Era adolescente e virgem de amores.
Paixão veio
num vento sudoeste
anunciando a vida
revirando a morte
a promessa de uma felicidade
cega
mas voraz.
Eu era adolescente
Soletrava o nome Cátia
nas ruas da Tijuca.
No café Palheta
marcava encontros
que pernoitava por praça
calçadas escadas...
Era o início de uma primavera
o sol anunciava a vida que viria
eu sofria pelo medo de não ter...
Aos pés da floresta
jurei amor
sem saber que era paixão...
O tempo passa
passa borracha em tudo.
Apenas lembranças
entre o verde
o sol raivoso
uma lembrança embaçada
apenas lembranças...
domingo, 27 de novembro de 2011
Vasco!
Não se definem paixões
Tampouco se mensura
sentimento.
Há horas em que o canto
a energia é maior
e não se explica.
Saíste da história
para simbolizar uma verdade
e tuas conquistas
em sangue suor e chuteiras
criaram mitos e reescreveram a história
da igualdade
da fraternidade
da liberdade...
Só tu VAsco
nenhum outro poderia.
Resultado
Os sorteados foram No interior de um casulo e Larissa A.Esta ganhou As quadras ao gosto popular, de Fernando Pessoa;aquela ,Cem sonetos de amor,de Pablo Neruda.
Estarei entregando os prÊmios esta semana.
Quem não foi sorteado não fique triste,pois estaremos realizando um novo sorteio em dezembro:CD e livro.
Inté!
PS. Desculpe o atraso,mas o jogo foi muito tenso.
Estarei entregando os prÊmios esta semana.
Quem não foi sorteado não fique triste,pois estaremos realizando um novo sorteio em dezembro:CD e livro.
Inté!
PS. Desculpe o atraso,mas o jogo foi muito tenso.
merecimento
Todo corrupto
mentiroso
lacaio
ladino
malandro...
de paletó
de política
merecia ser preso
na cadeia da miséria.
Falsas antíteses
Rico sobra
pobre cobra.
Rico gasta
pobre paga.
Rico furta
pobre rouba.
Rico grita
pobre pede.
Rico estagna
pobre apodrece.
Rico esbanja
pobre conta.
Rico joga
pobre aposta.
Rico zomba
pobre respeita.
Rico atropela
pobre é atropelado.
Rico inventa
pobre se reinventa.
O mundo é rico
o homem é pobre.
Pobre do mundo
rico em valores
pobre em preconceitos...
Rapina
Enquanto o pobre nasce na fila
sofre na fila
grita da fila
olha em fila
perde entre filas
lamenta e fica pela fila
xinga com as filas
morre na fila...
Aves de rapinas
furam filas
rapam riem matam
na impunidade
do "você sabe com quem tá falando?"
Trevo
Não sei mais o seu endereço
nem o seu número.
Na verdade deixei esquecer
qualquer coisa que lembrasse você...
Necessidade
fragilidade
mendicidade
maldade
qualquer coisa explica
a carência que me deixa aqui
preso entre letras
para o que não sei mais dizer.
Adeus
Sair da vida de alguém
é tirar alguma coisa
que se habituou a viver dentro de nós.
É querer desatar nós
desmembrar sonhos
andar sem motivo
a algum lugar além.
E por mais que neguemos
ou seguremos o choro
é difícil dizer adeus
é difícil recomeçar
é difícil caminhar sem ninguém.
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Desconstrução
O que fica
quando tudo
que é tudo
é nada?
Quando o sonho fragiliza
e desconstrói futuro?
Quando o presente
fica prisioneiro do passado
e queremos um bis?...
Pode-se quebrar o amor
varrê-lo jogá-lo
em algum sentimento baldio.
Podem-se arrancar as bases
pilares e ferros...
mas ficam os buracos
as zapatas que tentamos
preencher com razões e argumentos...
tentamos ...
mas algo que foi bom
verdadeiro e intenso
insiste em ficar
e voltar
em vento
em sombra
em silêncio.
Cala
Cala agora
tudo que vivemos
e guardamos no face
na gaveta
na memória...
Cala e venha
consumir o que resta de amor
ainda em meus lábios.
A vida segue
A vida segue
sim sempre.
Para com esse lamento
essa rotina de dores
picuinhas
para.
A vida te dá beleza
pra você beber mocidades
ter uma segunda chance...
A janela está sempre aberta
basta não mentir.
Fugas
A vida segue
indiferente aos abismos
às truculências que aceitamos
e calamos pesadamente na alma.
Apesar de toda fuga e desespero
serem mais sedutores
não se entregue.
Venha aqui pro lado
e fique o tempo
que for preciso
pra repartir sua dor
pra renovar sua estima
amiga.
Van 2
Um dia
sentado em meio a paisagem
com o vento varrendo meu rosto
o sol lambendo meus olhos
o trigo dançando na pele
sentirei tuas mãos
chamando as minhas
para ir a algum lugar
longe de nossas vidas.
sutilezas
A beleza de pequenos gestos
nos ensina:
o mínimo vivido
juntos
carrega a poesia da vida
sempre que lembramos
um ao outro.
Encontros e desencontros
Em algum momento estaremos próximos
mesmo que em outras vias
mesmo que em outro tempo
ou era.
Estaremos na cumplicidade
no segredo declarado
na interrogação que criamos
na exclamação do êxtase de
estarmos assim tão próximos.
Não haverá lágrimas
ela terá se perdido no tempo
no silêncio das nossas ausências...
apenas haverá o riso
o abraço o beijo
quiçá eternidade.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Sono
Em teu corpo
te abraço meu sono
deixo digitais do passado
para domar o mundo
em que habito e desejo.
Imprevisível jogo
de espelhos
e de amarras
em que teus cabelos
se enrolam no meu tempo
se espalham no campo
onde nada acaba
tudo perdura
e nosso amor se renova
sempre.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Ainda há tempo?
Sim,há tempo de pegar o telefone
e viver .
Há tempo de colorir nossas falas
jogar fora nossas tristezas
trapacear com nossos inimigos
faltar com outros compromissos.
Há tempo de ser anarquista
comunista
sem-vergonhista
qualquer bobagem
que valha um velho discurso.
Vamos ,há tempo de ir a Cuba
pegar pedaços do muro
seja de Berlim seja da China...
Há tempos que não bebemos
não nos fartamos da vida
que estamos estagnados na vida
que estamos enferrujados pela vida
que estamos e não chegamos...
Ainda há tempo...
Vamos?
saudades
Deixa assim esse momento
perpetuar tua imagem
esse vazio
preenchido por vento
por silêncios em nostalgia
por dores intraduzíveis
que seguem tangidas
pelo trânsito corrosivo...
Deixa essa gota de saudade
tomar nossa sede
calar a boca dos nossos medos...
deixa o tempo chegar
e dizer no seu ouvido
o que não sei mais dizer...
domingo, 20 de novembro de 2011
ruas
Rua de árvores
Caverna aberta na paisagem
tempo que roda um outro ritmo
pressa que se perde
nas folhas que caem
aqui e ali.
Tempo pra ver o tempo
que mata na surdina
no trânsito tomado de fuligem
no carro abstrato condicionado
na rotina concreta de asfalto...
Rua de árvores
sonho árcade de bondade
espaço perdido da humanidade
um espaço a sós com o silêncio
momentos de plena paz.
A dois
Um dia será assim
eu e você
a paisagem nos enquadrando
nossos corpos no horizonte
nossas vidas eternizadas
a dois....
O sol
O sol resiste
para mostrar
que beleza existe
nos gestos simples
na vontade de mudar
na ação definitiva de tornar
o mundo
as pessoas
melhores
sempre.
Só seu
Ao ver as sombras
levando notas
nas tardes de chuva
nas noites penumbras
anoiteço meus versos
para pôr no verso
dos seus dias
que um dia foi nosso
agora é só seu.
sábado, 19 de novembro de 2011
giz
Você riscou em giz
o sonho que tivemos
a maçã um dia mordida
muito do que fizemos.
Riscar não apaga
suja lambuza ameaça
a ordem planejada
o silêncio encomendado
pra calar os calafrios da tua
e minha alma.
Casamento
Pena que murcham.
Pena que sumam
nas orgias
boêmias da vida
que transmuta caminhos
e exaspera responsabilidades.
Pena que desejemos o improvável
e digamos não ao prático.
Amar não tem fórmulas
mas tem espumantes
verborragias
falácias
e muitas vezes
amor..
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
labuta
Amigos
o tempo passou
e não mais nos falamos
não mais discamos
pensamentos
ou bobagens sem hora.
A dança dos dias
a correria desumana
A vida com tantos planos
labutas e lutas
nos tira o tempo novo
o dia novo.
Perdemos muito
mas ganhamos outras vivências
cores e declínios.
O importante é aprender
e não repetir os enganos
e danos
que nos tira a vida.
felicidades
Deixei na mesa
um xícara de felicidade
enquanto choravas
o fim.
Não havia palavras
apenas sorrisos
e gestos simples
caminhos conhecidos
outros nem tentados.
Havia pedaços de poesia
hábitos esquecidos na rotina
a dois...
O importante não é o preço
mas o quanto se experimenta
de novo
amando outra vez
a si pelo menos.
assim e assado
Carregas meu peito
assim sem muito jeito
assim sem muito tempo
assim sem muitos meios
assim assado
assim levado
transado
trespassado
de perdão e culpas.
Mas carregas
pra bem longe de mim
por favor!
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
vida
A vida perde sentido
assim
em águas tranquilas
em sopros de lembranças
quando usamos o passado
para calar o presente.
Vazios
Essa tarde pus meus sonhos
em várias árvores
encomendei fantasias
palavras macias
amores-perfeitos.
Uma nortada de ventos porém
arremessou tudo pra longe
bem longe
o céu cobriu-se
melancolia se expôs...
Árvore vazia
despiu meus sonhos
expôs a minha vida
sucumbiu na neblina do horizonte.
imagens
Assim fico cada vez
que passas
sem levar nada nos olhos
sem dizer o que posso te dar
para comigo dividir a tua vida
o teu sono
- um pouco de sonho.
Tu sabes
Meu amor
cabe em tuas mãos...
O que fazes com ele
meus passos dizem
tão tortos que seguem
sem saber a direção.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
O amor dorme
Todo amor
Todo amor dorme
Numa caixa, numa gaveta, numa sala escura
Que às vezes visito
Como hoje num sonho
Como deneuve entre os pombos
A abençoar seus queridos
E o tempo, senhor dos enganos
Apaga os momentos sofridos
E aqui te traz vez por outra
A passar umas horas comigo
Ficamos nós dois entre sonhos
De amores novos e antigos
Te beijo no escuro silêncio da sala
Que às vezes visito
(Hebert Vianna)
Sobre ontem
A grande sabedoria
é saber o que se é.
O grande amor é
querer ter o amor que merecemos
e que podemos zelar
e viver.
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Adele
Como saber a essência de uma diva?
O caminhos
suas virtuoses
seus limites
suas humanidades.
Como amar e não sofrer?
Como ouvir e ficar imune
a dor
sem cair nas arapucas
da solidão?
Como,Adele?
Duas joias
Uma imagem dispensa palavras.
Essa desperta os sons que eles criaram
tão longe e tão próximos
no orgulho da humanidade
tolerante
na vergonha do preconceito
que homens humilharam
tantos homens.
Vinícius e Pixinguinha
A genialidade humana
não tem raça ou gênero
classe ou dor.
Vini e Pixinga
duas matizes
de uma música universal
A genialidade em preto e branco.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Chapeuzinho
Chapeuzinho reclama do lobo.
O lobo foge da chapeuzinho.
Ela agora está contextualizada
progressista
dona do seu nariz
- nem vovó entende mais ela.
Chapeuzinho deixou seu chpéu em casa
na floresta nas esquinas
lenhadores marombados assediaram
corromperam
desvirtuaram
- mas todos foram enganados.
Chapeuzinho sem chapéu
sem fita
sem sonhos
é apenas uma jovem
andando na floresta que não mais há
na história que não mais se conta
na moral que nada mais ensina.
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